Alvorada a Dois
Anoiteceu dentro de nós, dividimos o silêncio de um olhar, a distância de dois corpos. Uma busca solitária por horizontes distintos. E assim seguimos as demais estações. Foi assim, quando a primavera já não brotava flores dentro de ti, que eu ressurgi. Virei nostalgia de uma música bonita. A melhor lembrança dentro de ti. A loucura não cometida, a despedida sem adeus. Virei paixão mal resolvida, rosa mal regada, o espinho que alfineta a mente antes de dormir. E a noite o inquilino que habita em mim resolve acordar, arrastar os móveis, fazer a revolução da minha existência em 5 segundos. Depois invade meu cérebro e conduz o meu pensar até você. Amanheceu...lá fora. E o inquilino não desiste de mim, de nós. Descubro que o inquilino é morador antigo, que fez de mim o seu abrigo. Adormeceu por comodismo, por segurança durante extensas temporadas. Acordou e decidiu: - Eu quero o amor de uma alvorada. Esperemos então, o sol aparecer, os espinhos virarem penas, o amor