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Mostrando postagens de outubro, 2012

Alvorada a Dois

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Anoiteceu dentro de nós, dividimos o silêncio de um olhar, a distância de dois corpos. Uma busca solitária por horizontes distintos. E assim seguimos as demais estações. Foi assim, quando a primavera já não brotava flores dentro de ti, que eu ressurgi. Virei nostalgia de uma música bonita. A melhor lembrança dentro de ti. A loucura não cometida, a despedida sem adeus. Virei paixão mal resolvida, rosa mal regada, o espinho que alfineta a mente antes de dormir. E a noite o inquilino que habita em mim resolve acordar, arrastar os móveis, fazer a revolução da minha existência em 5 segundos. Depois invade meu cérebro e conduz o meu pensar até você. Amanheceu...lá fora. E o inquilino não desiste de mim, de nós. Descubro que o inquilino é morador antigo, que fez de mim o seu abrigo. Adormeceu por comodismo, por segurança durante extensas temporadas. Acordou e decidiu: - Eu quero o amor de uma alvorada. Esperemos então, o sol aparecer, os espinhos virarem penas, o amor

Sobre o Amor

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E o amor é feito brisa, se nos pega de surpresa, tranquiliza. E o amor é feito garoa, se nos pega com calor refresca qualquer pessoa. E o amor é feito maresia, se nos pega de mau humor, apenas bagunça o cabelo e não move a vida. Sem projeção, sem emoção, sem reação. Na dúvida sinta a brisa da garoa, e nada mais. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não foram identificados.

Relógio da Alma

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Brisa que toca as curvas evidentes deste rosto envelhecido. Sol que reluz os olhos que filmaram toda uma vida. Nuvens brancas que encobrem a sabedoria de toda uma trajetória. É a constante mudança da natureza, pincelando sutilmente o tempo na alma de um menino. É descoberta, é aceitação, tudo guardado no coração. Já não são protagonistas, recrutam jovens e ensinam o roteiro da vida. Onde estão os planos que traçou na juventude? Foram-se no compasso do tic tac. Tic tac, tic tac... Tic tac... Tic... Sobreviveu aos ponteiros apressados, e decidiu aprender mais. Deixar ressurgir o menino que ficou pra trás. Viva alma minha que aqui ainda há vida. Ainda há essência neste frasco, e ele há de perfumar muitas vidas. Sacudir a poeira que o tempo jogou nas costas, esse peso não é seu, devolva ao tempo. Eu quero brisa acariciando aos quatro cantos. Abrir os olhos e continuar sonhando. Ainda é tempo de planos, de incertezas e descobertas. Oh, tempo! Respeite as rugas minha

Um dia brevemente...

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Um dia brevemente eu poderei dizer o que senti num dia entediante como este em que aqui estou. Tento me explicar, mas palavras bailam pelo ar, procurando alguma forma de conexão. As coisas simplesmente acontecem lentamente e bloqueiam o meu “expressar”. Preciso me encontrar. Há épocas que saio pela rua chutando pedras, um ritual para me desvendar. Pedra por pedra, acabo sem resposta. Começo a questionar, que cor está minha alma? Será um alegre amarelo a brotar, ou um cinza a me encobrir? Não sei. Tento me tranquilizar e encontrar, um caminho pra compreender. Não encontro. Caí no seu encanto de menino despreocupado com o amanhã, com os problemas, com o amor, vivendo a juventude e pisando em liberdade. Um dia brevemente tudo irá mudar e eu te encontrarei em cada canção, cada suspirar, cada entardecer, cada descoberta de adolescente sem juízo. Sento no horário de sempre em meu lugar de espectadora apaixonada esperando a janela se abrir. Janelas se abrem, coração aplaude,

Geração Z

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A minha geração é diferente. Está velho? Joga fora! Está sujo? Joga fora! Feio? Ah, não presta. Pega outro! Bonito? Opa! E precisa ter iPhone pra galera ser feliz. Nada contra a tecnologia, desde que ela não lhe seja a única garantia de um futuro feliz. Já não sabem o que é pisar na lama, sem precisar de bateria, fios, sem compartilhar a ousadia. Esperando estrelinhas via wi-fi pela arte realizada. Estragou? Jogou. Enjoou? Trocou. Deu medo? Escondeu-se. Desamou? Vulgarizou. Esta é a geração do joga tudo no ventilador. Não gostou, o vento levou. São palavras de desapego, em olhos de desespero. A minha geração é a do desassossego acomodado. É uma revolução capitalista. Uma independência superficialista. É a galera do “vai até o chão” suplicando benevolência. A geração das pessoas que afogam o vazio num copo cheio. E a ressaca é o grito de guerra de um mundo inteiro. A realidade foi transformada em doses de eloquentes fantasias. É a geração do “tudo tenho”, com