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Mostrando postagens de agosto, 2012

Procurei

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E procurei... Procurei-me em músicas, filmes, livros e roteiros. Em fundos de copos nos balcões de velhos botequins. Procurei-me em luzes piscantes da noite, na batida da madrugada e na embriaguez da alvorada. Procurei-me em palavras escassas, promessas mal pagas, planos fracassados. Procurei-me nas capas de revistas, no sorriso da menina do comercial. Nas estrelas apagadas, nos holofotes que cegavam toda a redenção. Procurei-me nas cartas de tarô, no horóscopo de domingo e nos palpites dos amigos. Quase me encontrei, quase me rotulei, quase me rendi. Escondi-me na religião, em regras e convenção. Abracei a hipocrisia, fingindo que sabia de alguma solução. Tentei, busquei, julguei e por fim me libertei. Libertei-me do óbvio, do ócio, e das certezas. Não aguardei respostas, propostas, não esperei a sorte, eu procurei. Ainda procuro... Despir o preconceito, varrer o desassossego, poder sorrir sem me explicar. Meu espelho é diferente, anda trincado, embaçado, mas

O Poeta e a Caneta

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Certo dia peguei-me ouvindo uma história sobre caneta. Há tempos que eu não via o poeta, e após tantos anos este encontro seria anual. O mesmo empolgado com minha chegada, me contava entusiasmado que a caneta era a melhor coisa que o homem já poderia ter inventado. Explicava que existiam vários tipos de ponteiras, para que servia todas elas, qual era melhor para cada tipo de escrita, enfim, era um exímio colecionador e conhecedor de canetas. Noutro dia, vi pela sala vários potes com um líquido incolor e partes de canetas boiando, estranhei, mas não hesitei em perguntar ao poeta o porquê daquela cena incomum. Um sorriso brotou do rosto dele, vendo meu interesse pelo assunto, mostrou mais de sua coleção, contou-me histórias e por fim, pediu que eu abrisse uma gaveta e lesse os poemas que ele escreveu durante os anos que ficou sem contato comigo. Resolvi não ler todos, por querer respeitar um pouco da sua privacidade poética, cá entre nós, um bom poema desnuda qualquer alma. Opt

A Indústria da Política.

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“O governante é o empresário, o corrupto é o cliente, o vendedor ambulante é o “Che Guevara” da política e os eleitores são funcionários assalariados que dividem seus salários involuntariamente com o empresário e ainda leva a culpa por ter ligado a máquina.” Alguém tira o plugue da tomada? (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não foram identificados.

Adivinhação

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Observa, observa e nada diz. O que será que tanto guarda naquele observar? Por que cala-se com a boca e papeia com o olhar? Entra no ambiente e cumprimenta com um quase sorriso. Logo acomoda-se no papel de detetive. Tudo olha, tudo imagina! Faz hipóteses, satiriza mentalmente alguns fatos, desnuda os pensamentos de cada pessoa. Brinca de adivinhar, só para correr o risco de ser adivinhada. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não foram identificados.

Maré de Sensações

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Quem criou os sentimentos velejava sem destino mar adentro. Perdeu-se em águas tranquilas do amor, aventurou-se nas ondas da paixão, estagnou-se no medo e deixou a maré levar, levar, levar...e levou-se aos mistérios deste mar. Encontrou o paraíso ao lado do naufrágio. Foi recebido pelos golfinhos e ferido nos recifes. Faltou-lhe o oxigênio na ira das águas claras. Optou por ter sentimentos superficiais, as profundezas estavam inquietas e descrentes. Tranquilizou, boiou e entediou-se velejando vida adentro. Bons ventos chegam, movem e provocam mudanças instantâneas . O que seria do oceano sem ventania? Talvez um enorme aquário que propagasse paz. Velejador entediado é feito maré alta no cais, chega uma hora que transborda e suplica... “Neste oceano superficial, afunde-me no seu ‘eu’, e me afogue de amor...por favor!” (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não