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Mostrando postagens de 2013

Sunable Terapia

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Era uma vez uma menina-mulher que tentava aceitar a perda do avô (que era uma figura paterna), do rompimento de um relacionamento, da mudança de faculdade e dos novos desafios pela frente. Mudou a rotina, frequentava a faculdade e aliava-se aos livros. Dos livros pro quarto, do quarto para os livros. Passou a falar menos e observar mais. Sonhava menos, conversava menos, existia menos. Lá no canto do seu quarto escrevia, escrevia, mas não se encontrava nos próprios versos de confusão. Fez da casa seu refúgio, do seu quarto o mundo particular, e ninguém conseguia compreender o por quê de tanto refúgio. Num dia comum, em 2010, a "menina" recebeu um link via e-mail, e resolveu assisti-lo. Ao ouvir os primeiros segundos de música seus lábios se arriscaram num sorriso meio lateral pra direita. E seus olhos sorrindo também sussurram: - Tá aí, gostei! E fez dos shows sua terapia, uma reabilitação. Fez amizades com pessoas que conheceu nos shows,e quando esperava o met

Devaneio 29 - Desapego

Amor pra sobreviver. Status para sorrir. Dinheiro pra entreter Música para reprimir. Política pra reclamar. Inteligência pra disputar. Apego para te prender. Carência pra sufocar. E o ar, cadê? Não há! Tive que compartilhar... Não me achei nas linhas escritas, me escondo nas entrelinhas dessa vida. Quero viver, não me obrigo a sorrir, e de tanto não me cobrar a felicidade habita em mim. Eu vim ao mundo pra bagunçar, me deixa desapegar. Há tanto ar para respirar, eu gosto de experimentar. Há tantas ideias para mudar, pare de reclamar. A inteligência fugiu no seu ato de disputar, nem tente, nem ouse explicar. A carência sufocou o seu apego, te prendeu no desespero como se o mundo fosse acabar. Há tanta vida em cada esquina, cada curva desta vida, e você status quer comprar. Pega aquela lamparina e acenda essa vida que brincou de virar gelo. Derreta esse frio que te faz ser as linhas previsíveis desta vida, e por isso eu cantarolo por aí... “Não me achei nas linhas

O Banco do Corredor

Ei, você que quando utiliza o transporte público senta no banco da ponta e não dá passagem para o banco vazio da janela, eu não confio em você. Ônibus lotado é um excelente lugar para observar as pessoas, e pensando pelo ponto de vista que estão todos juntos na mesma lata deveríamos ser um pouco mais prestativos. Dizem que pra conhecer uma pessoa você precisa dar poder a ela, concordo, mas para conhecer o instinto e nível de bondade de uma pessoa você simplesmente precisa pegar um transporte público lotado com ela. Ter um banco para sentar é ser da realeza. Experimente e entenderá. Imagine a seguinte situação, você está voltando do trabalho, o ônibus está lotado, você cansado, as pessoas ao seu redor - ou no seu cangote- estão igualmente exaustos pensando na planilha não terminada, na carne que tem que descongelar para a janta, enfim estão todos fisicamente ali, mas a mente já fez um segundo turno de trabalho só em planejar o que ainda falta ser concluído. Você até suportaria um a

Ventos de Liberdade

Cabelos ao vento, coração ao relento, esbanjando um sorriso de novos planos. Sentia-se mais essência e menos aparência, mais verdade, menos fachada. Aceitava-se, aceitava e talvez não a aceitassem, mas nada mudaria aquela sensação de independência. Sorria para as pedras, para o toque do vento no rosto, sorria um sorriso todo para aquele moço. E de tanto sorrir, descobriu que a alegria habitava em si. Foi assim que o egoísmo fugiu, a dor sumiu e ela já não pensava em ser só. Porque gente que anda só, na verdade nunca está sozinho. Andar só é apertar a campanhia e conhecer nossos vizinhos que brincam de não dar "oi". Existe um universo dentro de si, e ela o distribui a cada olhar cruzado. A vida é movimento, descoberta e nem sempre aceitação. Certo dia decidiu conhecer os vizinhos que escondia dentro de si, surpreendeu-se com a bondade que julgava ter fugido, e libertou o leão que omitia seus rugidos. Resolveu ser menos aceita e aceitar-se mais. E entendeu qu

Desconectados

Nesse mundo de conexões, linhas cruzadas, vidas compartilhadas e curtidas, nós nos desconectamos. Ligamos o Wi-Fi tecnológico e desconectamos olhares, sorrisos, intenções, o ato de querer sem ter aprovação. Somos alheios as pessoas, sentimentos, alheios de nós mesmos. E na correria cotidiana ficamos assim sem conexão ao próximo. Oras alguém até tenta desvendar qual o arquivo que nos anexa, e nós nem notamos. Ficamos refém de textos incompletos, arquivos não enviados, sentimentos não hackeados. Tudo pela metade, tudo desconexo. Como podemos nos conectar a ponto de parecermos tão desconectados? Na Era da conexão, nós não conectamos nosso wi-fi interno pra simplesmente ser. Estamos nos conectando em corpos tecnológicos...ou em wi-fi menos humanizados. (Bianca Wenzel de Carvalho)

Quando Faltam As Palavras...

O que acontece quando faltam as palavras? Mergulhamos no oceano de silêncio, Sentamos no banco que fica ali no morro de nossa existência. Limitamo-nos a respirar. A respiração, o silêncio e um monólogo emudecido invade nosso interior. A boca emudece, a mente discursa. Mas está tudo bem, tudo em paz, são nossas palavras conhecendo o silêncio que habita em nós. Nos ausentamos nas palavras e ressurgimos num sorriso de quem muito disse num olhar. A razão curte férias, e a emoção espera sua vez. Por alguns segundos o coração vira rei e a razão subordinada. Quando faltam as palavras... Exalamos poesia, resgatamos sonhos adormecidos, admiramos a coragem. Quando faltam as palavras... Encontro-me presa em seu olhar, tentando brincar de fazer diálogo em seu interior. Quando faltam palavras é porque você descobriu esse meu texto incompleto de ser. (Bianca Wenzel de Carvalho)

Amor não se julga, se conjuga.

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Não houve motivos específicos, expectativas ou planos. Era uma sexta-feira comum, e previsível, mas na rádio Bon Jovi cantarolava: “ I don’t wanna be another wave in the ocean” (Eu não quero ser uma outra onda no oceano), e com ousadia afirmava: “Because we can (Porque nós podemos) Our love can move a mountain (Nosso amor pode mover uma montanha) We can, if you believe in we.” (Nós podemos, se você acreditar em nós) Lembrou de você. Prestou atenção em cada palavra ecoada no rádio, e algo ecoou dentro dela. Puniu a si mesma, brigou com a própria consciência – ou com a falta dela- e retornou ao trabalho. Seu coração acionou o play e um trailer passava em seus pensamentos, conectando-os a uma única frase: ”Isso não está certo.” Concentrou-se e finalmente você adormeceu nas lembranças dela. Imaginou o que muitas pessoas diriam se soubessem que você ainda domina um pedaço importante dela, sentiu um calafrio e julgou-se covarde por camuflar tanto os próprios anseios. Desceu as

30 Minutos

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Tudo o que eu preciso são de 30 minutos exatos. Trinta minutos de silêncio, de reflexão. Trinta minutos de puro ócio ouvindo apenas minha respiração. Tudo o que eu preciso é ser metade... Metade de uma hora, metade dos problemas, Metade das distâncias, metade das responsabilidades. Ser metade nos aspectos que me impedem de ser inteira. Tudo o que eu preciso é dividir sociedade destes risos soltos, dos braços sem abraços, das ideias estagnadas, da curiosidade de ser um inteiro sem precisar roubar a metade do outro. Preciso de trinta risos, trinta planos, trinta abraços em trinta minutos, meia hora de papo menos cabeça e mais emoção, e apenas um sócio pra o coração não ir à falência. Trinta coragens, trinta alegrias, trinta enrascadas, trinta aventuras, trinta borboletas no estomago, trinta poemas, trinta sensações causadas por um ser só. Preciso que essa história de exatidão não me encontre tão cedo, quero ser peça solta montando o quebra-cabeça de alguém. E caso as peças

As Palavras de Amor Sem Destinatário

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Digitava, escrevia, reescrevia. As palavras simplesmente surgiam, sem esforço, sem reforço, sem motivo. Eram palavras apaixonadas da poetisa sem amor. Como pode escrever palavras doces sem ter a doçura dentro de si? Acredite, é possível sim. A poetisa conhece o amor, mas não atura o tal do cupido. Dizem por aí que a poetisa o subornou, e em troca ele nunca mais atirou aquelas flechas sem sentidos. Ela então sorriu por livrar-se do tal anjo intruso. Quem foi que disse que eu não sei amar? Conheço o amor, mas não o amado. E isso não há de me preocupar. Destilo as letras pra alcançar, algum desiludido que precise se restaurar. Porém, vou logo avisando. Só tenho palavras a oferecer, pode ler, reler, mas não me envolva nessa ambição. Quem foi que disse que precisamos de alguém pra cuidar do coração? O meu pertence ao cardiologista, que ainda cobra após a visita. Caro leitor, aqui estou. Pra te alertar sobre o amor. Ele existe e deve ser bom. Mas no momento é só ambi

Devaneio 28

"Minhas palavras adoram falar de você, sem querer, querendo, desejando, esperando... ...palavras de um futuro menos denso e mais alegre. Menos eu e mais nós. Minha insonia adora pensar em você, sem querer, querendo, desejando, esperando, planejando e torcendo... ...por palavras bem argumentadas, deixando sua boca sem fala com expressão de perplexo. Menos planos e mais conquistas. Minha inocência adora pertencer a você, sem entender, sem motivo, pertencendo e se envolvendo... ...nas demonstrações do riso ingênuo, da mordida na ponta do nariz, do beijo na testa enquanto você adormece. Menos ego e mais amor. Meus olhos adoram se acoplar nos seus, sem perceber, brilhando na mesma proporção da cumplicidade, na hipnose de nossa imaginação... ...imaginando constelações no universo do seu olhar. Menos desencontro e mais descobertas. Meu eu adoraria se aventurar na hipnose do seu olhar, que desperta a minha inocência de lançar palavras sem ao menos pensar na consequência d

Risos de sua autoria.

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Esta noite o céu não exibiu as estrelas, a lua se retirou, e o vento quase arrebentou os vidros da minha janela. Levei um susto e o relógio não parou para aguardar a próxima expressão. O dia me ofereceu aquele prato do dia que o paladar já nem sente mais. Preciso trocar este cardápio ou reinventar esse PF. A ousadia adora fugir de mim sem aviso prévio, leva meus rascunhos de projetos e me deixa aqui com essa cara de esboço mal desenhado. As pessoas insistem em esconder meu riso frouxo nestas capas de revistas com fotoshop em forma de mulher. Algumas vezes abro os livros desse cara vestido de seu madruga sem fotoshop e o riso frouxo resolve aparecer. O real motivo deste texto é que mesmo com todo esse vendaval dentro de mim, meu único plano de vida é sorrir sem ingerir algum tóxico para me auxiliar. E neste dia em específico, eu só precisava de um ar leve, um riso alto, um descompromisso com as coisas chatas da vida. Instintivamente liguei a televisão porque eu precisava fica

Sobre As Quase Dores Da Vida

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Diálogo sobre as dores da vida: - Acho que eu nunca senti dor – diz a ingênua. - Se você não sabe o que é dor, tenta perder um amor – retruca a sentimental. - Por favor, dor é pisar numa peça de Lego. Pisa pra você ver se não dói mais – argumenta a realista. - Dor é desejar algo e nunca conseguir ter - diz suspirando a sentimental. - Dor que dói mesmo, é dor de parto, só quem é mãe sabe – explica a realista - E você lá é mãe? Como você sabe se dói? Dor doída é aquela dor que tu sente na alma quando perde a esperança de ser feliz – diz impacientemente a sentimental. - Pare de ser tola! Se queimar dói, se cortar, cair, ralar, injeção e dor de dente. Ih! Dor de dente tente dormir com dor de dente, dor de ouvido, dor no rim, tente – desafia a realista. - É pode ser, mas meus argumentos não são em vão. Você sabia que muitas dores físicas são consequências das dores emocionais? – questiona a sentimental. - Disso eu sei você acha que eu não leio, estudo e essas coisas? M

Analfabeto Sentimental

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Já andei todo o alfabeto, algumas vezes repeti, reli, reescrevi e reconheci todas as letras. Me diverti, aluguei uma letra aqui, outra acolá. Me rendi aos encantos do bê-a-bá. Juntei as letras, formei palavras, formei frases, textos, poemas, piadas, livros e por fim, me formei. Formei calos nos dedos, queimei neurônios, tornei-me quase um Word, e quando já não aguentava mais ouvir a moça do antivírus alertando em meus ouvidos, desenterrei os cadernos da gaveta bagunçada. A velha caneta BIC sentiu a minha falta, e meus calos sentiram a falta dela. Escondi-me no meu humor negro, na minha timidez e me contentei em ver risos alheios com meus comentários sem sentidos. Havia muita verdade camuflada em meus textos que se propagavam a cada gargalhada, e rir de mim mesma era meu maior conforto. Subi no palco, arrisquei um improviso pra ironizar minha timidez e mostrar quem é que manda. E aqui estou conversando com o Word, analisando a voz da moça do antivírus, e olhando a caneta B

Imaginação

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Há melhor combustível para os sonhos do que a imaginação? Seu sorriso, talvez. Há maior prova de amor do que as palavras ditas perante o juiz no dia do matrimônio? Provavelmente, seus poemas improvisados, sussurrados ao pé do ouvido. Há jeito melhor de começar o dia do que com otimismo? Talvez com seu bom humor infinito e suas piadas sem sentido. Há paz maior do que o silêncio, após um dia caótico? Observar você dormir, com o semblante de garoto inocente. Há sensação melhor que mergulhar na piscina nos dias quentes de verão? Beijar teus lábios nas noites frias de inverno. Há motivos melhores pra continuar caminhando na trilha incerta do futuro, do que as promessas que habitam em nós? Suas mãos entrelaçadas nas minhas, prontas pra se perder em nossas trilhas, possivelmente. Porque agora é tudo nosso, há sonhos, imaginação, poemas sem sentidos, o som dos nossos risos. Há sensações, beijos, malícia e inocência. Há dias melhores. Futuro incerto abrindo trilhas pra n
A vida é uma fonte de mistério, que nossos sonhos arriscam decifrar. Uns se aliam a Deus na descoberta infinita de simplesmente ser, outros acreditam apenas que nossas ações é que deixam esse mundo em constante movimento. Independente de sua crença, mergulhe nesta fonte e decifre seus sonhos. O futuro, as incertezas, sorrisos lhe aguardam, então... ...descubra e MOVIMENTE-SE. (Bianca Wenzel de Carvalho)

A Pessoa Que Habita Em Nós

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Eu sempre soube aqui, isso, bem aqui na minha alma... Nós só voltamos para lugares e pessoas que sorriem, nos confortam a alma num único abraço. É, aquelas pessoas que distribuem palavras de incentivo e uma paz inexplicável, simplesmente por existir. E elas nem cobram, não exigem troco. Sim, aquele trocadinho que garante um bom status social, um favor, bens materiais ou meramente um ar pra inflar o ego. Elas não cobram, apenas aparecem. Há pessoas que lhe apontam o dedo e tentam fazer alguma chantagem espiritual, sentimental, irracional...ou seria racional demais? A verdade é que com ou sem chantagens eu nunca vi ninguém ficar por pena, falta de vontade, sem amor ou por nutrir algum remorso na alma. Por oras, podemos até ficar algum tempo, mas não há quem permaneça com esses argumentos no coração. Porque há pessoas... ...Ah, essas pessoas, que nos libertam a alma num suspiro de alívio, nos envolvem em seus véus de gentileza, nos conduzem a um mundo melhor e nós mergulham

Pensei Que Tivesse Partido

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Pensei que você tivesse partido, tomado seu rumo no caminho da felicidade, e me abandonado, sentada na beira da calçada olhando a lua. Estava sentada na calçada, recebendo esmolas amorosas que de nada me valiam. Eu queria o seu sorriso travesso, suas brincadeiras sem limites, seus olhos que finalmente paralisavam ao olhar os meus, sua voz firme me dizendo: - Vai ficar tudo bem. As vezes, nem você acreditava no que dizia, mas dizia, e esse dizer me fazia acreditar que tudo ficaria bem. Me levantei da calçada e resolvi reaprender a andar, sozinha. Peguei a velha estrada pra casa. Me escondi, nesta casa que construí dentro de mim. Fechei as cortinas, tranquei a porta, coloquei um "Não Perturbe" na maçaneta. E ninguém perturbou. O silêncio me invadiu, e eu finalmente me conheci. Dormi para o amor. Cansada do meu silêncio, virei andarilha sem causa. Andei, andei...conheci novos sorrisos, novos motivos, mas essas esmolas nunca me enriqueceram. Um dia desses encontr

Devaneio 27

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A vida ainda há de azedar a doçura que habita em nós. Infelizmente para quem confeita o cotidiano, e felizmente pra quem põe sal no café alheio. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não foram identificados.

Timidez

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A minha timidez ultrapassa o muro da coragem, é um duelo de gigantes que nunca acaba. A timidez já me fez perder pessoas, oportunidades e até minha ambição. As palavras se escondem em todos os vãos entre os dentes, e de lá só saem para andar nas estradas do meu interior. Os pensamentos brincam de esconde-esconde, e ressurgem no rosto corado. A boca fica seca, os lábios grudam como chicletes, a visão procura algum buraco pra esconder o nervosismo. As mãos inquietas tentam mostrar que alguém ainda mora naquele corpo tão calado. A timidez que exala silêncio, na verdade diz muito sobre mim. Você nem imagina o quanto a coragem já apanhou desta ousada timidez. E há quem desconfie das pessoas tímidas, não somos arrogantes, somos refém desta prisão interior. Não nos julgue! Desvende-nos, invada-nos sutilmente de compreensão e ao poucos a coragem até encontra uma chance de vitória. Sorria, atire ternura no olhar e tenha uma paciência sem limite. Finalmente o sorriso Monal

Me Escolhendo

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É uma liquidação de conselhos, que não há como recusar. São teorias superficiais que tentam me deslumbrar. A moça na televisão questionou minha coerência, a da revista opinou em minha aparência, o rapaz do terno bonito desprezou minha inteligência. Estão querendo que eu decida pela opção restrita. Como vou exercer essa minha ambição revolucionária se as escolhas viraram monopólio? Quero ter o direito de errar, e rir da minha tolice. Descobrir que há caminhos camuflados pela ignorância humana. A verdade é que todos querem definir-me, ajudar-me e insistentemente querem decidir-me. Eu também quero brincar de múltipla escolha, responder pelos atos que eu arrisquei. Orgulhar-me pelo acerto, e ter a sensação de respirar aliviada pelo aprendizado dos meus erros. Querem decidir por mim, respirar com meu pulmão, comemorar minhas conquistas e se isentar quando houver erro. Porém, aqui no nosso desejo mais íntimo, escolhemos antes de nos induzirem a decisão, e aí é que se dão co

Canção Pra Dois

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Eu poderia desafinar as notas naquele velho violão. Tentaria te escrever uma canção. Eu poderia lhe dizer gírias, soltar palavras chulas, fazer manobras no skate em cima de um salto alto. Arriscaria ser ingênua, aboliria os meus poemas, sorriria o tempo todo. Eu seria um amor, uma perfeição, seria o refrão da tua trilha sonora. Seria a nora desejada pelas mães desse Brasil. Eu seria segura, compreensiva, mulher com jeitinho de menina. Eu seria sua e você seria meu. Viraria amiga da turma, seria descolada, ouviria os discos enfileirados na sua estante. Eu seria tudo, viraria expectativas num corpo de mulher. Seria uma canção pra você. Seria mais você e aos poucos seria menos eu. Eu poderia, mas não serei. Podemos viver imperfeitos, se quiser. Brincando de viver, respeitando um ao outro. Eu conhecerei seu universo, ainda morando no meu, e assim aprenderemos muito mais. Encontraremos o amor, sem ao menos procurá-lo. Será assim, você sendo tu, e eu sendo eu. Dois

Sonhos de Papel

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Tem tanto tempo, Tem e desperdiça. Vai desperdiçando o que ainda nem ganhou. Nesta indústria da felicidade, O mais risonho é o mais triste. Vão camuflando verdades nas mentiras que a boca diz. E aquelas pernas inquietas deduram sua impaciência de esperar um sonho teu. Sonho só é bom quando o coração é funcionário da razão. A vida e seus hábitos, as pessoas e suas escolhas. A vida involuntariamente rasga os papéis. Aqueles papéis em que desenhaste os sonhos teus com giz de cera, no auge de teus 8 anos. Onde está seu giz de cera? E o seu brilho de criança? Em que caixa se escondeu? Andou brincando de pique esconde nas ruas do seu futuro. Apareça, traga o giz, faça da lágrima sua tinta guache, destes cílios os pincéis, e a cada piscada um desenho surgirá. É o desenho dos sonhos teus, não aquele da infância. É o desenho dos teus sonhos de garoto, desenhado por mãos adultas. É a inocência exalando sabedoria. Onde andam os sonhos teus? Adormecidos no colo da cora

Como faço pra te conhecer?

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Como ter certeza do incerto? Como não arriscar o passo inicial? Tenho anseios escondidos em mim, que só o tempo pode libertar. Mas não é que o tal de tempo apagou o fogo do passado e me trouxe a brisa do futuro? Como eu faço pra te conhecer? Escrevo um poema e publico no jornal? Devo eu fazer uma prece pro destino ajudar? Eu poderia ir as rádios declarar minha intenção, ou quem sabe invadir o palco do Rock in Rio e desafinar uma canção. Talvez eu deva sentar na areia da praia e esperar o mar me responder. São incertezas que bailam no meu interior. A realidade é que eu ando enferrujada nesta arte da conquista, talvez um dia eu até desista de procurar. Será loucura querer te conhecer? É que o meu querer só tem limite quando eu arrisco todas as fichas e perco o jogo. Será que eu já o vi em algum lugar, e por não enxergar deixei passar? Você é algo que eu quero desvendar, sem ao menos saber como. Não te conheço ou ainda não te reconheci, então, apenas imagino. E este

Estrada das Boas Novas

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Hei, moço! Ajeita a mala, o frio na barriga, o sorriso tímido. Põe na bagagem seu riso frouxo, o olhar sedutor, seu coração desiludido. Vai logo, apressa-te, porque eu quis fazer da segunda uma sexta e joguei tudo para o ar. Me espera que estou na estrada da revolução indo te libertar. Acredite moço, boas novas vão chegar quando meu olhar raptar o seu. E neste momento seremos caminhada inesperada, pés no chão, coração sem véu. Planos calejados de um futuro sem papel. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não foram identificados. * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não foram identificados.

Silenciando

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Silencio meus desejos, planos, estratégias de contentamento. Omito minhas palavras nos gritos desta multidão ao acaso. Aquieto o passado na batida da noite. Minha escuridão, nas luzes da boêmia. Afogo seus conceitos naquele copo do balcão. Porque no dia e na noite, sou eu meu próprio governo. Não delego minha culpa ou demônios. Naquele sutil desvio, encontrei o meu caminho. Porque meus queridos, vocês querem salvar o mundo ou salvar o próprio umbigo? Se pudessem julgar menos e ouvir mais, enxergariam verdade nesta existência. Descoberta, sina da vida. Caso te seduza a descoberta, silencie. Seus conceitos, clichês cotidianos, seu egoísmo. Porque o mundo ecoa ruído, e esconde os sons da verdade. Procure seu caminho, na estrada do silêncio. Forneça sua atenção, seu ouvir, o seu sorrir e histórias te encontrarão. Quer maior verdade que a prática de viver? Caminhando, perdendo, ganhando nesta vida de improviso. Roteiro de amador eis que sempre me esclareço em rascun

Devaneio 26

O que antes era temido como necessário, tornou-se dispensável, opcional, superficial. Provavelmente, transformou-se em amadurecimento. (Bianca Wenzel de Carvalho)

A Confusão do Século

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A grande praga do século XXI é que as pessoas andam confusas. Então, vamos organizar os pensamentos. Liberdade, não é libertinagem; Expor, não é impor; Protestar, não é agredir; E respeitar, não é concordar; Talvez se inclinassem seus iPhones para o horizonte, veriam que existe um mundo além da linha que traça seu umbigo. Este horizonte é o mesmo que desata os nós feitos pelas nossas limitações de entender o próximo. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não foram identificados.

O Poeta Que Sabia Amar

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Aqueles olhos reluzentes de quem acreditava no amor, refletiam toda manhã os trilhos do metrô. E como ser poeta sonhador, neste mundo tão descrente? Pouco a pouco até o coração se arrepende, de tanto se afogar em poemas vulgares. O poeta senta-se, e sonha seus versos a cada estação. Será seus poemas em vão? Observava as pessoas na multidão, e acreditava em cada uma. Queria fazer das pessoas um poema particular, e assim lê-los nas noites frias. Poeta, ainda não aprendeu que esses versos transbordando em seu coração não podem ser jogados ao vento? Acalma-te, e não grite aos sete ventos a riqueza que há em ti. Porque a graça de toda poesia, é aos poucos desvendar os versos seus. E assim descobrirá, que poeta se sabota ao confiar em palavras amadoras. Moço das palavras da alma, com o olhar de sonhador, acredite, para todo poeta há um leitor. Ele se revelará, ao decifrar os versos presos no seu olhar refletindo os trilhos do metrô, aquele de poeta que sabia amar. (Bianca

Sinceramente

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Sincera, mentes? Por que mentes na sua mente? Diga o que papeia seu tico e teco, sem o filtro do seu pensar. Deixe escapar o que tanto esconde na arte de falar. Derrube o véu dos seus costumes, e revele o seu bom senso. E assim, sincera, não mentirás. Pessoas sinceras também mentem? Tome cuidado ao dizer a verdade. No mundo que clamam sinceridade, tudo há de ser explicado. O teu riso é analisado. O seu pensar é censurado. Suas escolhas, criticadas por quem não domina a arte de pensar. E então, eu me pergunto: - Pessoas sinceras mentem? Pessoas sinceras não mentem, apenas silenciam sua verdade das mentes limitadas pela hipocrisia moderna. E isto, não há verdade que cure. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não foram identificados.

Astronauta de Mim

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Quando o dia cai, eu toco cada estrela dessa imensidão. Flores de mistérios brotam no coração, E a gente sempre diz, sem ao menos saber dizer: "O dono de toda essa constelação, deve ser o tal do amor que um dia ouvi falar." Sim, aquele que se esconde no tanto de estrela que mora no olho seu, fascinando o astrônomo que mora no meu. Será que sou astronauta procurando planetas em seu sorriso? Permaneço fora de órbita decifrando você, meteoro a desfilar. Nem sinto pressa em ajustar a rotação. Será você a minha revolução? Que a NASA não te encontre, que as nuvens não te ofusque. Porque nessa cabeça de dona da lua, Constelação é poesia, Planetas são sorrisos, E você é o astronauta de mim, por intermináveis segundos. Aterriza em minha frente e bagunça toda minha mente. Pisca, vai embora e a gente se perde neste planeta chamado Terra. E tudo volta ao normal. Sem estrelas, planetas ou invasões inovadoras... ...apenas pegadas de astronautas em minha imaginação.

Matemática do Destino

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E no encontro de 1 olhar, Tornaram- se 2. E de tanto ser 2, Tornaram-se 1. E na brincadeira de somar, Somou-se errado, tornando-se 3. Quem nasce pra somar, estranha quem nasce pra dividir. E nessa matemática incerta do destino... O 1 virou 0,5 (meio), O 2 virou 3, e o 3 virou 2. E mesmo sabendo que 3 mais 2, não se torna 1, foram somando comodismo pra passar tempo. A matemática do destino é assim, somamos quando o necessário é subtrair, dividimos quando o resultado não nos satisfaz. E foi assim, que o 1 decidiu ser ímpar, em respeito ao par. Sorte do 1, que na liberdade de numerar, aliou-se a matemática sem esperar um número exato. O destino não trata-se de acertar, mas de resolver equações todos os dias. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post é de minha autoria.

Contos de Carnaval

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- Olha, um sapo! Vou tirar foto. - Quer que eu pegue pra você tirar foto? - Não, a câmera tem zoom. (Silêncio) E lá se foi o conto de carnaval... Não nos falamos, não nos encontramos em nenhum dos olhares vagantes, perdemos a oportunidade de conhecer novos mundos. Se aquela máquina não tivesse zoom ou meu cérebro não fosse tão século XXI, talvez conversaríamos sem compromissos com as palavras. Provavelmente, meu olhar convidaria o seu para uma prosa, sem expectativas desleais. Poderíamos escrever um livro ou uma história em quadrinhos em uma mesa de bar. Entraríamos no carro em plena alvorada e esperaríamos o seu jornal diário chegar na banca, enquanto eu desafinaria alguma música do Jorge Ben. Você riria suplicando alguma afinação do silêncio. Poderíamos falar dos filmes, das notícias, dos livros mais marcantes, das reportagens que escrevestes, dos tempos de faculdade, da vida, das travessuras de adolescentes, da minha profissão, sobre a energia das pedras, poderíamos

Um Minuto de Desprezo

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Você já foi melhor. Já soube atuar, impressionar e persuadir. Soube até seduzir, e prender minha atenção. Todos ouviam atentamente seu discurso convincente. Provavelmente suas companhias fracassaram o seu dizer. Sempre te disse que tu não sabia escolher. Meu querido interlocutor, isso é tudo a oferecer? Respeite-me e ao menos ensaie sua cena. O tempo passa e você nada acrescenta. Acredito que essa seja a sentença de quem mente, cansa tanto a nossa inteligência, que todos comovidos em respeito a frustração... ...fazem um minuto de desprezo. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não foram identificados.

Insônia Sentimental

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Fecha os olhos, pensa. Abre os olhos, tensa. Fita o teto, pensa. Franze a testa, tensa. Senta na cama, suspira. Deita na cama, e fica. Ajeita as cobertas, acomoda o travesseiro, fecha os olhos e respira. Silêncio no quarto, barulho na mente. Imóvel na cama, inquieta internamente. Como pode o silêncio acordar tanto pensamento? É na calada da noite que minha mente acorda todos os sentimentos adormecidos dentro de mim. Sem permissão, com ousadia, revirando as leis que decretei . É insônia sentimental, quebrando as fronteiras que o amanhecer delimita. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não foram identificados.

O Tal do Se...

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Se não fosse a insegurança... Se não fosse um desafio... Se não fosse o tempo... Se não fosse seu mistério... Se não houvesse medo... Se não fosse o orgulho... Se não fosse nossas escolhas... Se houvesse alguma compaixão do destino... Haveria amor, sorrisos, um bom vinho e...você. Se não fosse o "SE" da história, haveríamos NÓS. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não foram identificados.

A Sina da Despedida

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Despediu-se dos amores, da família, de alguns planos e por fim despediu-se de si. Não foi por opção, a vida quis assim. Ah, mas se soubesse o gosto amargo da saudade...não se despediria mais. Diria um até breve com gosto de quero mais. Se despiria da saudade, da distância, dos preconceitos e receios. Pegaria o voo da esperança e respiraria mais em paz. É muito adeus pra pouca vida, muito amor pra pouco tempo, muita espaço pra pouca gente. Precisaria de muita ponte, muitos jatos e abraços de eternos laços. É muito adeus pra um só coração. Muita timidez pra tanta ambição. Se soubesse como arde a saudade a cada despedida, diria mais bom dia e menos tchau. Distribuiria risos a cada olhar cruzado, não haveria olhar atravessado e nem emoção comandada por timidez. Se despediria menos e se despiria mais. Porque nessa sina de saudade quem sente menos, é quem vive mais. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no p

Devaneio 25

" É uma disputa ímpar de quem é mais feliz, criativo, e amado. Sugiro que dispute menos e desfrute ser você mesmo. Vai doer de menos, e rir demais." (Bianca Wenzel de Carvalho)

Corra!

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Corra, pela última vez. Respire. Faça do ar sua nova alma. Firme seus pensamentos, como seus pés no asfalto. Ouça minha voz pulsando seu coração. Perceba, meus olhos te mostrando a mais bela canção. Deixa, o vermelho corado em meu rosto te mostrar que é paixão. Corra, pela última vez. Corra em minha direção. E no toque da pele lembrará da tua razão. Falaremos da vida, dos sonhos, de qualquer baboseira que te faça ficar. Andaremos sem rumo, compartilhando o silêncio. Encontraremos a paz que perdemos. Corra, pela última vez. Corra em minha direção. Te mostrarei mais de mil razões pra ficar. Devolverei sua essência. Te guiarei até você. Te farei compreender que todo esse tempo, você procurava por si mesmo em corpos vazios. Corra, corra pela última vez em minha direção. Corra, que guiarei seus passos nessa imensidão. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que as fotos usadas no post não são de minha autoria e que

Toca o Telefone

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Toca o telefone, O coração, as pupilas, as mãos frias, a respiração... Todos se manifestam ao som daquele "Trim Trim Trim". Toca o telefone, A voz trêmula, o riso nervoso, as borboletas no estômago, a secura da boca. Toca o telefone, Tocam as lembranças, Toca o anseio por boas novas. Toca na rádio a nossa canção. Tudo toca, todos se tocam...até o telefone toca. Só não se toca você. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que as fotos usadas no post não são de minha autoria e que os autores não foram identificados.

No Dia em Que Nos Perdemos

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No dia em que nos perdemos... Estabilizaram as estações, os pensamentos, o tempo. O coração quase parou no ritmo dos ponteiros. Aboliram todo o amor. E os nossos sorrisos de confidentes? O orgulho calou. Calou nossos sonhos, nosso direito de errar,apagou o brilho do nosso olhar. Nos refugiamos em outros olhares, novos sorrisos, novas histórias. Quantas vezes nos beijamos mentalmente em bocas alheias? Não achamos nosso gosto, nosso cheiro, não nos achamos mais. Abra sua gaveta e achará meus bilhetes. Fecho os olhos e lembro dos seus. Onde esconderam nosso mapa de um futuro bom? A verdade é que no dia em que a curiosidade lhe achou, nós nos perdemos. Meus olhos blindaram o coração e selaram sua nova união. Fomos condenados a amarelar o riso, Erguer a cabeça no dia e molhar travesseiros na calada da noite. Tornamo-nos exemplos de hipocrisia. Tornamo-nos personagens de nós mesmos. Tornamo-nos covardes, camuflando sentimentos. Os bons costumes roubaram nossa i

Peça Inteira

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Palavras incompletas, esperanças adiadas, sentada na beira da estrada, indagava: Será que um dia a razão conquista o coração? Porque agora é assim, metade certeza e metade questão. Meia alegria, meia ambição, meia compaixão, meia paciência. E não há mantra que unifique, não há fé que a entenda. Nem sempre foi metade, já ousou ser peça inteira. Sorria um sorriso todo, amava por dois inteiros, sonhava por toda uma existência, acreditava ser cúmplice da natureza. Acolhia o sol com promessas de um dia bom. Aconselhava a lua por precaução. Olhava as estrelas por superstição, Respirava por prazer, ares de juventude promissora. Se imaginava no alto da constelação, brincando de observar. Doou-se sem hesitar. Acreditou na inocência, lutou pelo o que julgava ser justo, aliou-se a compaixão. Projetos de um futuro bom, esboço incompreendido. Agora é obra incompleta, cidade abandonada, noite sem lua e dia sem sol. É alma julgada, que criou morada no interior do seu interior.