Sinuosa Exclamação
Ao nascer ninguém tem razão Chegamos andarilhos com questões, simples e flexíveis. Crescemos nos tornando donos da certeza. Da certeza que tu tens Só me resta a estranheza. Na minha bagagem carrego problemas cotidianos: "Cadê a chave? Como assim? Não entendi!" Ainda com estas indagações Sou sem razão Interrogação com oxigênio Por oras confundo-me com um mero vento Sem convicção, sem direção Humildemente, eu confesso. Acho que sou dona de mim. Nem a confiança disso eu tenho Pergunto a todo momento. Ao te ver tão furacão Dono do próprio vento Rodopiando sua asserção Nos deixando a desordem de sua exclamação. Cidades vazias Curiosidade não respondida. Não é razão, sim imposição. Sou eu a grande questão. Certeza? Não tenho. Sinuosa exclamação, Constante reflexão (Bianca Wenzel de Carvalho)