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Mostrando postagens de abril, 2013

Me Escolhendo

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É uma liquidação de conselhos, que não há como recusar. São teorias superficiais que tentam me deslumbrar. A moça na televisão questionou minha coerência, a da revista opinou em minha aparência, o rapaz do terno bonito desprezou minha inteligência. Estão querendo que eu decida pela opção restrita. Como vou exercer essa minha ambição revolucionária se as escolhas viraram monopólio? Quero ter o direito de errar, e rir da minha tolice. Descobrir que há caminhos camuflados pela ignorância humana. A verdade é que todos querem definir-me, ajudar-me e insistentemente querem decidir-me. Eu também quero brincar de múltipla escolha, responder pelos atos que eu arrisquei. Orgulhar-me pelo acerto, e ter a sensação de respirar aliviada pelo aprendizado dos meus erros. Querem decidir por mim, respirar com meu pulmão, comemorar minhas conquistas e se isentar quando houver erro. Porém, aqui no nosso desejo mais íntimo, escolhemos antes de nos induzirem a decisão, e aí é que se dão co

Canção Pra Dois

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Eu poderia desafinar as notas naquele velho violão. Tentaria te escrever uma canção. Eu poderia lhe dizer gírias, soltar palavras chulas, fazer manobras no skate em cima de um salto alto. Arriscaria ser ingênua, aboliria os meus poemas, sorriria o tempo todo. Eu seria um amor, uma perfeição, seria o refrão da tua trilha sonora. Seria a nora desejada pelas mães desse Brasil. Eu seria segura, compreensiva, mulher com jeitinho de menina. Eu seria sua e você seria meu. Viraria amiga da turma, seria descolada, ouviria os discos enfileirados na sua estante. Eu seria tudo, viraria expectativas num corpo de mulher. Seria uma canção pra você. Seria mais você e aos poucos seria menos eu. Eu poderia, mas não serei. Podemos viver imperfeitos, se quiser. Brincando de viver, respeitando um ao outro. Eu conhecerei seu universo, ainda morando no meu, e assim aprenderemos muito mais. Encontraremos o amor, sem ao menos procurá-lo. Será assim, você sendo tu, e eu sendo eu. Dois

Sonhos de Papel

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Tem tanto tempo, Tem e desperdiça. Vai desperdiçando o que ainda nem ganhou. Nesta indústria da felicidade, O mais risonho é o mais triste. Vão camuflando verdades nas mentiras que a boca diz. E aquelas pernas inquietas deduram sua impaciência de esperar um sonho teu. Sonho só é bom quando o coração é funcionário da razão. A vida e seus hábitos, as pessoas e suas escolhas. A vida involuntariamente rasga os papéis. Aqueles papéis em que desenhaste os sonhos teus com giz de cera, no auge de teus 8 anos. Onde está seu giz de cera? E o seu brilho de criança? Em que caixa se escondeu? Andou brincando de pique esconde nas ruas do seu futuro. Apareça, traga o giz, faça da lágrima sua tinta guache, destes cílios os pincéis, e a cada piscada um desenho surgirá. É o desenho dos sonhos teus, não aquele da infância. É o desenho dos teus sonhos de garoto, desenhado por mãos adultas. É a inocência exalando sabedoria. Onde andam os sonhos teus? Adormecidos no colo da cora

Como faço pra te conhecer?

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Como ter certeza do incerto? Como não arriscar o passo inicial? Tenho anseios escondidos em mim, que só o tempo pode libertar. Mas não é que o tal de tempo apagou o fogo do passado e me trouxe a brisa do futuro? Como eu faço pra te conhecer? Escrevo um poema e publico no jornal? Devo eu fazer uma prece pro destino ajudar? Eu poderia ir as rádios declarar minha intenção, ou quem sabe invadir o palco do Rock in Rio e desafinar uma canção. Talvez eu deva sentar na areia da praia e esperar o mar me responder. São incertezas que bailam no meu interior. A realidade é que eu ando enferrujada nesta arte da conquista, talvez um dia eu até desista de procurar. Será loucura querer te conhecer? É que o meu querer só tem limite quando eu arrisco todas as fichas e perco o jogo. Será que eu já o vi em algum lugar, e por não enxergar deixei passar? Você é algo que eu quero desvendar, sem ao menos saber como. Não te conheço ou ainda não te reconheci, então, apenas imagino. E este

Estrada das Boas Novas

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Hei, moço! Ajeita a mala, o frio na barriga, o sorriso tímido. Põe na bagagem seu riso frouxo, o olhar sedutor, seu coração desiludido. Vai logo, apressa-te, porque eu quis fazer da segunda uma sexta e joguei tudo para o ar. Me espera que estou na estrada da revolução indo te libertar. Acredite moço, boas novas vão chegar quando meu olhar raptar o seu. E neste momento seremos caminhada inesperada, pés no chão, coração sem véu. Planos calejados de um futuro sem papel. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não foram identificados. * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não foram identificados.

Silenciando

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Silencio meus desejos, planos, estratégias de contentamento. Omito minhas palavras nos gritos desta multidão ao acaso. Aquieto o passado na batida da noite. Minha escuridão, nas luzes da boêmia. Afogo seus conceitos naquele copo do balcão. Porque no dia e na noite, sou eu meu próprio governo. Não delego minha culpa ou demônios. Naquele sutil desvio, encontrei o meu caminho. Porque meus queridos, vocês querem salvar o mundo ou salvar o próprio umbigo? Se pudessem julgar menos e ouvir mais, enxergariam verdade nesta existência. Descoberta, sina da vida. Caso te seduza a descoberta, silencie. Seus conceitos, clichês cotidianos, seu egoísmo. Porque o mundo ecoa ruído, e esconde os sons da verdade. Procure seu caminho, na estrada do silêncio. Forneça sua atenção, seu ouvir, o seu sorrir e histórias te encontrarão. Quer maior verdade que a prática de viver? Caminhando, perdendo, ganhando nesta vida de improviso. Roteiro de amador eis que sempre me esclareço em rascun

Devaneio 26

O que antes era temido como necessário, tornou-se dispensável, opcional, superficial. Provavelmente, transformou-se em amadurecimento. (Bianca Wenzel de Carvalho)

A Confusão do Século

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A grande praga do século XXI é que as pessoas andam confusas. Então, vamos organizar os pensamentos. Liberdade, não é libertinagem; Expor, não é impor; Protestar, não é agredir; E respeitar, não é concordar; Talvez se inclinassem seus iPhones para o horizonte, veriam que existe um mundo além da linha que traça seu umbigo. Este horizonte é o mesmo que desata os nós feitos pelas nossas limitações de entender o próximo. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não foram identificados.

O Poeta Que Sabia Amar

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Aqueles olhos reluzentes de quem acreditava no amor, refletiam toda manhã os trilhos do metrô. E como ser poeta sonhador, neste mundo tão descrente? Pouco a pouco até o coração se arrepende, de tanto se afogar em poemas vulgares. O poeta senta-se, e sonha seus versos a cada estação. Será seus poemas em vão? Observava as pessoas na multidão, e acreditava em cada uma. Queria fazer das pessoas um poema particular, e assim lê-los nas noites frias. Poeta, ainda não aprendeu que esses versos transbordando em seu coração não podem ser jogados ao vento? Acalma-te, e não grite aos sete ventos a riqueza que há em ti. Porque a graça de toda poesia, é aos poucos desvendar os versos seus. E assim descobrirá, que poeta se sabota ao confiar em palavras amadoras. Moço das palavras da alma, com o olhar de sonhador, acredite, para todo poeta há um leitor. Ele se revelará, ao decifrar os versos presos no seu olhar refletindo os trilhos do metrô, aquele de poeta que sabia amar. (Bianca

Sinceramente

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Sincera, mentes? Por que mentes na sua mente? Diga o que papeia seu tico e teco, sem o filtro do seu pensar. Deixe escapar o que tanto esconde na arte de falar. Derrube o véu dos seus costumes, e revele o seu bom senso. E assim, sincera, não mentirás. Pessoas sinceras também mentem? Tome cuidado ao dizer a verdade. No mundo que clamam sinceridade, tudo há de ser explicado. O teu riso é analisado. O seu pensar é censurado. Suas escolhas, criticadas por quem não domina a arte de pensar. E então, eu me pergunto: - Pessoas sinceras mentem? Pessoas sinceras não mentem, apenas silenciam sua verdade das mentes limitadas pela hipocrisia moderna. E isto, não há verdade que cure. (Bianca Wenzel de Carvalho) * Para fins de direitos autorais de imagem declaro que a foto usada no post não é de minha autoria e que os autores não foram identificados.

Astronauta de Mim

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Quando o dia cai, eu toco cada estrela dessa imensidão. Flores de mistérios brotam no coração, E a gente sempre diz, sem ao menos saber dizer: "O dono de toda essa constelação, deve ser o tal do amor que um dia ouvi falar." Sim, aquele que se esconde no tanto de estrela que mora no olho seu, fascinando o astrônomo que mora no meu. Será que sou astronauta procurando planetas em seu sorriso? Permaneço fora de órbita decifrando você, meteoro a desfilar. Nem sinto pressa em ajustar a rotação. Será você a minha revolução? Que a NASA não te encontre, que as nuvens não te ofusque. Porque nessa cabeça de dona da lua, Constelação é poesia, Planetas são sorrisos, E você é o astronauta de mim, por intermináveis segundos. Aterriza em minha frente e bagunça toda minha mente. Pisca, vai embora e a gente se perde neste planeta chamado Terra. E tudo volta ao normal. Sem estrelas, planetas ou invasões inovadoras... ...apenas pegadas de astronautas em minha imaginação.