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Mostrando postagens de maio, 2018

Oceano Vazio

Eu sereia protetora de seu precioso sorriso Polidora ilegal de sua joia tão maltratada Eu que tanto zelo o tesouro ímpar que encontrei no naufrágio Perdi! Aquele brilho âmbar do seu olhar A voz suave que se curava em canções Os abraços tão cheios de fronteiras, legalizei! Perdi, também! E agora que cedeste aos encantos do pirata Sou pérola em conchas profundas Baú precioso que me roubastes. Cuide desta riqueza. O que pra ti é mercadoria de boas novas. Pra mim é essência de valor inestimável. Sentirei falta do zelo cotidiano. Tu procurando nos piratas, Eu guardando um já te amo. (Bianca Wenzel de Carvalho)

Sorte Nova

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Ela seu terço benzido pelo Papa Eu tambor descompassado Eu ouvinte e benzedeira Ela perfeita e pureza Ela experiência Eu errante sem cura Eu quase tentativas equivocadas Ela a certeza impalpável Eu falência antes da inauguração Ela empresa bem sucedida sem ao menos auditoria. Eu defeituosa devoção Ela novidade idealizada Eu goteira noturna Ela seu riso matutino Ela exclusiva Eu hipótese descartada Ela donzela maternal Eu anomalia emocional Ela bolsista Eu eterna Fuvest Aprendiz de frieza amorosa Ela companhia calorosa Eu destroços da felicidade Ela merecedora de todas as oportunidades Eu esboço abstrato Ela obra-prima em um quadro Eu partida Ela bom partido Eu imunizada de falsos carinhos Descrente de amar, meu menino Essa estrada eu já conheço Recuo com os pés calejados Visto meu sorriso maduro e o jeito calado Meu vestido da derrota. Feliz por você! Feliz Sorte Nova. Trancando novamente minha porta. (Bianca Wenzel de Carvalho)

Indigestão

De sua boca palavras doces de paixão. Não são em minha direção. Engulo a seco a amarga decepção Digerindo a indiferença Saboreando meus defeitos Que me reprovam da sua vida. Indigestão na madrugada Vomito as palavras entaladas Enquanto sonhas com ela. Preciso mudar o empenho Para esquecer esse desdem De quem muito cobra e nada tem. (Bianca Wenzel de Carvalho)

Passageira

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Névoa passageira encobre minha intenção. Passageiro é meu amor que não desembarca na sua estação. Sou estatística dos viajantes sem destino. Coração quer desembarque, razão acelera no trilho. Observo tu olhando na janela, decidindo a estação. Eu companheira de banco, compartilho meu silêncio. Tenho tickets ilimitados pro meu coração, tu preferes pegar a fila e pagar desilusão. Eu maquinista do meu futuro, fecho os olhos e vivo um cinema mudo. Rotineiro é este ciclo vicioso. Vista o sorriso, coração deixa no bolso. Boa viagem, te observo, moço! (Bianca Wenzel de Carvalho)

Fênix Adormecida

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Se tu soubestes... A frequência em que respiro com o timbre da sua voz. Seu sorriso, melodia que me descompassa. Meus cílios, pincéis silenciosos a te desenhar. Suspiro um ar de alforria. Meu presente escuta o seu passado. Quero-te de presente Desejo-lhe futuro. A folia que queres do mundo O amor que guardas pra um. Desejo-lhe alta perpétua do exílio devastador Do amor que passou, guarde as lembranças. Não me culpes, homem sério do riso arrebatador Se te assisto, gravo e rebobino em pensamento. Jamais pense que te acorrento. Reconheço teu valor. Censuro emoções, cancelo o capítulo. És ventania no marasmo de domingo. És razão cicatrizada Alma livre procurando morada. Se tu soubestes o quão gratuito é meu afeto Esqueceria o ego, teria o peito aberto. Voa fênix adormecida, alça seu vôo mais bonito. Te prometo o mais puro sorriso. Aqui serás sempre bem-vindo. Meu afeto te aguarda, marrento menino. Busque o sucesso que te restaura, Guardo já o amor que te

Lentes

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Seu sorriso de alma livre Seu olhar compenetrado Seu andar peculiar O cabelo que convida meus dedos O contato que me amansa, te afasta em lembranças. Tua voz é melodia que me embala em sedução. Teu sono tão sereno, fragilidade escondida. Eu admiradora silenciosa, zelo cada segundo. Ah, se eu fosse capaz de expressar que tu cabes no meu mundo. Não é posse,nem teimosia. Tão pouco ingenuidade. Te vejo almejando os sonhos, estranhando a liberdade. Ouço atentamente seu discurso desiludido. Procurando ares novos, indagando o destino. Olho-me no espelho,tenho as respostas no olhar. Ironia do destino, procuras no mundo o que guardo aqui comigo. Gravo cada entusiasmo da entonação de sua voz ao lembrar detalhes delas. Na paixão nunca mandei, nem amarro emoção. Só não perca o pôr-do-sol nas sombras de tua mente. Tu focas na armação, mas o problema está nas lentes. (Bianca Wenzel de Carvalho)