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Mostrando postagens de fevereiro, 2018

Pontos

Ilusões premeditadas Distância vilã do acaso. Tu lá, eu cá. Sonhando com apatia. Lembro-te quando era plano, agora engano. Eras canção, agora silêncio Quietude que grita em meu interior. Encontro passageiro, eterno desencontro. Em quanto tempo cicatrizam estes pontos? (Bianca Wenzel de Carvalho)

Despedida

Eu fugitiva de afetos, quis ficar. Em meu mundo quase te algemei. Me lembraste que no crime do amor, não há lei. Te acusei com minhas feridas de amor antigo. A cura é minha, não há réu. Te absolvo das projeções de boas novas. Me partiu de cara limpa e um sorriso criminoso. Só desejei que ficasse mais um pouco. Em minha cela sentimental, Eu também parti. Decidida, dei partida... ...despedida! (Bianca Wenzel de Carvalho)

Fuga

Eu fui fuga, Você distração. Troca de favores casuais. Não sou remédio,sou ferida, Aprendiz de despedidas. Sou camuflagem, você aprendizagem Projetei romantismo em nossas fragilidades. Eu queria o novo, hábito antigo. Você o velho com hábitos novos. Agradeço o transtorno! Estrada longa, caminho novo. Vida que segue, desencontros! (Bianca Wenzel de Carvalho)

Par distante

Eu que poetizo os amores alheios Perco a rima quando te vejo Inspiração refém de meus desejos. Te deixo livre, desejando que tu fiques. Faltam palavras, falta coragem Imaginação voa, o tempo arrasta. Te recito como um mantra valioso Te peço aos céus com um sussurro inibido Fico em silêncio, mas aqui dentro há ruído. Fecho os olhos, te abraço e te publico. Em meu peito arrancando um suspiro. Par distante, autor dos meus sorrisos Quimera eu ser sua cura, seu remédio Cicatrizar esse seu medo de afeto. Te imagino, te espero na lonjura de duas estrofes. Poema incompleto do olhar intrigante, Me dê sua autoria que te completo num instante. (Bianca Wenzel de Carvalho)

Momentos

Silêncio grita Palavras silenciosas Esperamos no tempo todas as respostas Tempo refúgio dos covardes Temos nós as escolhas e as verdades. Terceirizamos os nossos receios Porque ser feliz dá medo Vamos vivendo numa corrida de obstáculos Nos esbarramos nos desejos Mas quem decide é o tal do tempo Que a covardia não atrase nossos ponteiros A fuga é tempo, nós momentos. (Bianca Wenzel de Carvalho)

Dose Certa

De bar em bar eu vou Te peço no Menu Open bar de frouxidão Te engulo a seco Bebida amarga de incertezas Me embebedo das suas meninices Ressaquinha de adolescência Garçom me veja um Jack Daniel's Um open bar de atitude Nesta noitada do amor Já me cansei de tanta espera Desce logo a dose certa. Quero um drink de responsa, não aguenta pede a conta Hoje quero amor alcoólico, um coma masculino. Chega de Duelo, Deus me livre de menino. (Bianca Wenzel de Carvalho)

Quero!

Quero você com seu moletom mais confortável, cabelo bagunçado, do jeito que quiser vir. Quero você com os cacos do passado, com esse semblante sério do coração amanteigado. Quero ouvir seu discurso magoado de quem não acredita no amor. Quero olhar seus gestos bruscos de quem reivindica a vida nesses olhos de menino. Quero te assistir, ser sua platéia no monólogo da noite. Te aplaudir com um abraço, juntar seus pedaços num beijo. Quero você assim papel amassado de planos levianos. Quero você simplicidade, rascunho, desarmado. Quero você ferido, fragilizado. Te cicatrizarei num breve sorriso, sussurrarei em seu ouvido "não tenhas medo, meu menino." Quero seu sorriso do olho rasgadinho. Quero dividir calçada com sua insonia, rirmos de nossas vidas por toda uma noite. Quero que ao amanhecer você sugira: "Juntemos os nossos cacos neste mosaico do acaso. Não tenho medo, você não é minha ex." (Bianca Wenzel de Carvalho)