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Mostrando postagens de 2017

Tricotando Tempo

Toda ruptura sempre teve o gosto amargo da mentira e frustração Da troca, da ausência e indagação Sempre foram interrogações, mas você exclamação Éramos vikings, cúmplices de um experimento Amadores caçando ventos. Nesta troca de sabores, roteiros e teorias, Você é improviso! Laços desfeitos, novelo atemporal A linha enroscada que emaranha minha paz Pacífico é o oceano entre nós Velejamos na liberdade Em ventos de solitude Mergulho profundo em meus recifes de crenças. É singelo, leve e intrigante o silêncio da caminhada Aqui dentro é cais, realidade é beira de estrada O destino incerto e eu com as malas prontas Ingrato novelo de lã que enrosca e não une as pontas Aqueço-me de lanugens que guardo em pensamentos Tesoura ou agulha? Seguimos tricotando tempo... (Bianca Wenzel de Carvalho)

Loba

Na espreita, Atenta, Sedenta, Temerosa, Ousada! Misteriosa, Sagaz, Suave, Febril. Olhar glacial, Sorriso cálido. Defesa ofegante, Bote preciso! Mulher desprendida, Loba valente. Matilha intrínseca, Segredo audaz. Parece presa... ...és alforria voraz. (Bianca Wenzel de Carvalho)

Um instante

A vida é um instante... Longo para os que desistem, Breve para os que a deseja. A vida é um segundo, um piscar,um bocejo, a vida é rara, ordinária. É futuro, futuro...acabou. A vida é presente, verbo que só se julga esquecendo-se de conjugar. Uma brisa, um momento, um mar de sensações. Afoga-se quem se cobra na maré cotidiana. É um abraço, o beijo roubado, o sorriso sincero. É nado livre e não sincronizado. A morte é tsunami, A vida é só um barco. (Bianca Wenzel de Carvalho)

Selva Egocêntrica

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Minha pele é luxo, Meu couro é moda, Cartilagens adoçam bocas Meus ossos são acessórios Humanos centro da vida. Eu mero objeto, ser não evoluído. Minha vida tem preço. Humanos tem valor. Meu futuro é bandeja, capa de revista. Ingrediente descartável, escravo Verdades ilusórias, realidade capitalista. Sou vida, aprendizado e amor. Sou natureza! Era habitante,tu eras pó. Eu era existência e vocês rascunhos. Selva egocêntrica que me vê como produto. Eu sou a vida em embalagens, cadeia alimentar. Obra do mesmo criador. Humanos inteligentes, ações ignorantes. Vocês lucro, eu lucidez. Pregam a vida, eu doo amor. Animais sábios, humano amador. (Bianca Wenzel de Carvalho)

Acordes

Acordes Harmoniosa melodia na sinfonia de Platão Tom perfeito, instante errado. Intrigante repertório, ouvinte introvertida. Sorriso nômade, olhar preciso. Ingênua ilusão, afeição musical. Devaneio da mochileira desiludida Viajante do brilho que irradia a esperança Ondas sonoras esvoaçando a cabeleira Ouço metal, vejo leveza Tu no alto, eu embaixo Tu no baixo, eu Plutão Ele sonho, eu acordando. Reflexão esperançosa, Ele foco, tu esboço. Tu mina, ele polido. Luzes se apagam, moças sorriem. Eu silencio encontro o ritmo. “Acordes, moça!” Sussurram os sonhos ao pé do ouvido... (Bianca Wenzel de Carvalho)

Decisões

As decisões são os passos mais difíceis de nossa caminhada. É pro abismo ou conformismo. Redenção ou sacrifício. O que não pode,meu caro, é perder aquele sorriso. De quem ri dos seus problemas por serenidade ou desespero. Escolhas que tanto pensamos e não agimos. Por hábito priorizamos a inércia da desesperança. Humanos que sentem sede de euforia, Afogando-se no sofá da sua existência. Gosta da ousadia, mas escolhe o anacrônico. Sabota o futuro em respeito ao passado. Julga-se dono de si, atrapalha o próprio roteiro. Poderia ser jovialidade, não escolheu. Respira o ácaro da convivência por puro moralismo. Brinca de fazer arte, sonha com o realismo. Decide errado, esquece-se...logo. Ciclo recorrente. As escolhas não são certeiras. E seus passos vagarosos. Minha alma é boêmia, meu destino puro improviso. Assinalo, escolho e protesto. De certo silencio. Decide, que eu assino! (Bianca Wenzel de Carvalho)

Houve um dia...

Houve um dia... Houve sol, Motivo, Pretexto Planos Arrepios Houve destino... Não há! Houve um dia... De música e não lembrança, Bom dia e menos adeus Silêncio era paz Multidão não era refúgio. Houve um dia que você era roteiro, protagonista,obra pra toda a vida. Hoje há linha nova, folha amassada. Mente sem rumo, passos incertos. Liberdade, hábito novo Improviso,sorriso frouxo. Houve um dia, Houve você, Nem sei o porquê. (Bianca Wenzel de Carvalho)

Urbana

Sol compacto,senão LEDs Relógio empreeendedor, Não há break, go go go Vejo bolhas em cada um. Inclusive no espelho. Todos conectados com os próprios dedos. Jardim vertical, trânsito engarrafado. Conectados a si mesmos,sem sinal de empatia Tem Wi-fi, 5G e bateria Desconexos,sem companhia. Geração Hi-tech, correria. App Feelings, untouch bodys, free likes! (Bianca Wenzel de Carvalho)

Rascunho no trem II - Atemporal

Se tua alegria não se apegar a minha Desapeguemos então destes desejos Desejos mútuos que se unificaram Padronizamos os caminhos Via de mão dupla, destino de um rumo só. O plural foi singular Tanto igualou, nos anulamos. Na individualidade do Ser, sufocamos. Antes nós, agora fomos. Predicado "eu", sujeita da própria sentença. Esqueci dos meus plurais, adormeci em reticências. Queríamos o sujeito nós e amar só é verbo... E seríamos, Fomos... Capricho de momento. Pseudo donos do tempo! (Bianca Wenzel de Carvalho)

Elementos

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Pés fincados, rocha na terra Mente liberta, ventania devastando barreiras Timidez afogando todos os elementos da alma que queima em silêncio. Cabelo voa, ar mutante que arrepia a pele, sussurra...ecoa. Fogo Esconde no peito, revela o desejo a cada faísca, olhar acende, reacende a chama em mim. Água Cristalina, minha alma é água transcendente. Jorra, limpa a culpa. Nascente purificada, correnteza na estrada. Terra Certeza, raízes, convicção do embarque, destino da vida. Viagens certeiras, direção prevista. Alívio...densidade...calmaria. Elementos em ação. O quinto em revelação... Fora do eixo imponente e complementar Você suplemento, complemento, elementar. (Bianca Wenzel de Carvalho)